O Tópico Tabu do Assassinato de Artigos por Revisores nas Ciências
Eu adoro o termo (não a prática de) ‘chartacide’ (matar papel) que é usado na série ‘elefante no laboratório’ do blog Knoepfler sobre tópicos tabus nas ciências: http://bit.ly/1SEfLFc. Como medievalista que trabalhou com cartas e textos proibidos, fui imediatamente lembrado de folios arrancados de manuscritos, imagens apagadas e páginas com grandes ‘X’s rabiscados sobre elas. Os ideais modernos de liberdade de expressão e liberdade intelectual nos círculos científicos e acadêmicos podem sugerir que tais práticas de censura tenham encontrado uma morte oportuna, mas em alguns casos isso pode ser um equívoco.
Usando a voz do infame Doctor No, o blog Knoepfler lista e descreve uma dúzia de técnicas para cometer chartacídio com sucesso enquanto atua como revisor por pares para um periódico científico. O tom é satírico, é claro, com o objetivo de desencorajar, e não incentivar, revisores que adotam tais técnicas por razões pessoais e mesquinhas que têm pouco ou nada a ver com a comunicação de pesquisas valiosas e o avanço da ciência. A 'dúzia suja' oferece muitas pistas indicativas de uma abordagem Doctor No que autores e revisores podem estar atentos ao considerar revisões por pares. As duas primeiras podem parecer dolorosamente óbvias e mais questões de negligência passiva do que animosidade agressiva, mas são extremamente importantes: cientistas e acadêmicos não devem concordar em revisar artigos quando a imparcialidade é impossível ou o tempo para priorizar o processo de revisão é inalcançável. Um estudioso exausto com um motivo oculto dificilmente produzirá o tipo de revisão que avalia efetivamente a contribuição genuína de um artigo, e o chartacídio injustificado (mesmo que não intencional) pode ser facilmente o resultado.
Infelizmente, o chartacide por meio de revisão por pares inadequada pode potencialmente manter o conhecimento longe dos olhos dos leitores com mais sucesso do que alguns métodos medievais de censura. Quando, por exemplo, o proprietário medieval de um livro satisfazia as exigências dos censores simplesmente desenhando um ‘X’ sobre um texto proibido, o texto ainda podia ser lido e talvez até se tornasse mais atraente por causa daquele ‘X’ tentador. Quando revisores modernos impedem que artigos sejam publicados por motivos errados, eles podem não acender sempre as chamas sob os autores, mas não há dúvida de que podem efetivamente silenciar vozes eruditas que podem ser de grande benefício para a comunidade acadêmica mais ampla. O truque, então, é não deixá-los fazer isso. Se você tem um trabalho acadêmico ou científico valioso que sofreu um ataque violento, não desista. Reflita, ressuscite, revise, reenvie (para um periódico diferente, se necessário) e persista até que ele chegue ao conhecimento público. Você e seus leitores sairão mais sábios por isso, e a melhor vingança possível contra um Doutor Não (caso você sinta essa necessidade) é, afinal, publicar o artigo que ele ou ela trabalhou tanto para matar.
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